terça-feira, 18 de agosto de 2009

Aquele canto…



Um dia disseram-me que esta seria a minha última vida. Olho para aquele canto desarrumado e enfadonho. Está cheio de tanta coisa. Assombra-me os anos que para lá empurrei. Sento-me exausta e ainda falta tanto…

Infância, juventude… Brincadeiras de escola. Amuos… Melhores amigos, muitos! Promessas. Lembranças vagas… Fortes recordações. Histórias… Ambições, derrotas! Desespero, alegria! Saudade… Estudos… muitos testamentos, muitos óssios! Grandes conquistas… Escolhas, caminhos… assuntos inacabados… tudo ali empilhado. Catorze anos condensados em cinco prateleiras.

Hoje decidi arrumar-me.
Pego em tudo e rodeio-me de mim.

Folheio cada página quase que esperando sentir de novo aqueles momentos guardados… Cheiro livros quase novos que mal usei, como adoro a sensação... Reparo agora que ainda tenho alguns cadernos completamente em branco... Olha! Que giro… uma caixinha cheia de dedicatórias e bilhetes que voavam quando o tédio apertava. E os meus cadernos cheios de desenhos, rabiscos… Nunca fui muito dada à atenção. Enfim.

Horas envolta em anos…
Pronto! Está tudo. Passo por fim, com a ponta dos meus dedos, por tudo aquilo meticulosamente organizado… Suspiro. Espero não me esquecer de passar aqui mais vezes. Passou-se tanto. Passou rápido.

E agora?
Sinto-me insatisfeita.


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