domingo, 21 de março de 2010

Que vontade de ti



Fechei os olhos por um segundo e imaginei-te sem querer. Não queria. Estava sentada num tapete e tu chegas-te, olhaste-me e sorriste. Pedi-te para te juntares a mim. Com a minha mão estendida para ti disse-te baixinho “Anda, senta-te aqui comigo…”. E sentaste-te. Aconcheguei a minha cabeça no teu colo à espera de um carinho... Começas-te a passar a tua mão no meu cabelo e era só isso que queria naquele momento. Só isso. Que sentimento bom. Deste-me a mão... Finalmente. Amo a tua mão, o teu toque, o teu carinho por mim… Deixa-te estar mais um pouco, por favor…. Peço-te. Sei que não podes mas deixa-te estar mais um pouco, só mais um pouco… Ouve o silêncio. Arrepio estranho, arrepio bom.

É tempo de dizer a verdade… Ah que vontade. Que vontade de te dizer coisas, coisas que sinto, coisas que guardo só para mim, coisas que hoje só a mim pertencem. E neste pedaço de papel escrevo… É protecção de ti e de mim. Orgulho-me. Sim orgulho-me… Às vezes não acho justo carregar tudo isto sozinha, às vezes acho. Livro-te dessa responsabilidade. Sensatez talvez.

Estou embriagada e é quando sinto… quando pouso o extremo de mim. Sinto tudo e nada. Sim embriagada. Foi bem alterada que tive a coragem de escrever, é quando estupidamente a espontaneidade assume a sua verdadeira forma. Sempre. Infelizmente.

Ah que vontade do teu abraço, do teu cheiro, do teu cabelo, que vontade de nós. Desejos vagabundos que já não deviam pertencer-me mas que ainda ganham vida. Ainda vagueiam.

Parto rumo a outro mar. Outro lugar que não o teu, o meu… o nosso. Espero sem magoa apagar-te de mim, deixar de sentir na pele fragmentos teus… Deixar de te imaginar, aqui e ali, em todo o lugar. Vicio de me sentir bem é o que te faz aparecer… Mas não é o certo, não faz sentido. Não agora.

Um trago de lágrimas vão ganhando força e fico ouvindo o silêncio da alma que tenta sarar este passo errado… Eu consigo esperar que tudo desvaneça. Consigo. Consigo esperar que ao pensar em nós, já não sinta saudade, já não sinta falta... Apenas sorria e nada mais… Nada mais.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Facto Psicológico




"Eu posso estar em qualquer lado. Mas tu acompanhas-me. Aliás, tu estás por toda a parte. Nas estrelas, no céu limpo e nas nuvens. Nas flores, no vento e em cada gota da chuva. Tu estás dentro de mim. A tua forma pode ser imaginária, mas está lá. Estás sempre lá, para onde quer que o meu olhar vá.

És o que quero neste momento. És o que anseio e és o que estou a pensar em qualquer lado que esteja. Mas tu não sabes disso, pois não? Não tens noção do teu significado. Não sabes o que vales para mim. O que sinto quando te identifico em toda a parte. Não sabes que me magooas por coisas que deviam ser banais e não sabes que me deixas irradiante por coisas que não deveriam ter significado.

E não sabes que estás nas estrelas e no céu limpo. Não sabes que estás dentro de mim."

terça-feira, 16 de março de 2010

Saber amar-te...


Levou o seu tempo mas hoje amar-te é bom e já não dói...

Hoje amar-te é simples como respirar. Não penso, só sinto. Já não penso no porquê, no para quê, no como.

Amo-te e é só isso, e é tanto.

Hoje amo-te muito mais do que antes, porque é uma forma de amor que te vê como tu és, o que és.

Hoje sinto o meu amor por ti merecido, forte e seguro... muitas vezes batalhei contigo e com o mundo para te conseguir compreeder e para me perceber e hoje digo-te que consegui.

Já sei amar-te... Só hoje sinto o meu coração sossegado quando penso em ti. Desculpa se demorei a amar-te assim...

Desculpa se me fiz sofrer, se te magoei até chegar aqui.

Espero-te sempre bem, tal como a mim.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Eu, comigo.



Um dia o meu pai disse-me... não te vejo a desfrutar das coisas simples que tens à tua volta e que são tanto... com outras palavras que só ele as sabe dizer... e hoje pensei nisso e tentei seguir esse seu concelho porque não o achei, de todo, transloucado...


Gosto muito dele.



Hoje foi dos primeiros dias mais bonitos deste ano... Quente e aconchegante.



Aproveitei a minha solidão propositada e não quis mais ninguém que a mim mesma. Ás vezes preciso. Dei por mim à procura de um sítio bonito para me recostar e pensar... nem sei porquê. Acho que só porque sim...


Procurei um sítio alto. Gosto do alto.



Senti as minhas mãos quentes e nao resisti em querer entrelaçar os meus dedos e sentir-me. Fazer-me companhia.



Encostei o meu carro no sítio em que melhor me sinto, e assim fiz.



Num lugar que fiz de meu abrigo e de mãos dadas comigo mesma, tentei manter o meu pensamento em coisas boas e simples. Talvez não pensar... Sim, talvez isso. Abri as janelas pra sentir o ar do campo... E senti. Misto de aromas silvestres com uma brisa levemente aquecida pelo sol da primavera que ai vem. Que ainda não é quente, mas que já não é frio. Hummm...


Abri a porta e sai. Pontapiei devagar algumas pedras que se encontravam no caminho em que quase vagarosamente andava. Caminho sem caminho. Sem guia. Sem vereda...


Aqui há poucas flores. Tenho tendência a colhe-las e tirar-lhes tudo, sem maldade... só porque sou curiosa e quero sempre saber como são feitas. Mas hoje não fui capaz e deixei-me estar, não quis estragar nada.


Trevos. Também gosto de trevos. Baixei-me para os ver de perto. Três pétalas, só três... Procuro sem qualquer esperança aquele especial, como sempre fiz mas nunca o encontrei e hoje também não... Tavez um dia. Não contesto essa espera.


Sem saber o que mais fazer voltei para o carro e pensei em ir, mas o meu corpo deixou-se estar por mais um pouco e ali fiquei...


Deixei que os meus olhos se cegassem pelo sol de fim de tarde. Não via nada e não me importava. Inundei-me no silêncio da natureza que me envolvia... ouvia passáros, muitos. Sons tão distintos, tantos, mas harmoniosamente coordenados e sabia bem ouvir... É engraçado, como isto faz parte de mim todos os dias e nem dou por isso.


Sei que não estava a fazer nada... nada de relevante importância mas foi do pouco que nada fiz, até hoje, que não me importei de deixar passar o tempo, assim... aqui...


Fiquei só mais um pouco até que sem querer... deixei-me fechar os olhos, até me deixar adormecer embalada pelo nada, pela paz...


Foi um dia bom.